Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Andaimes

(Casa, 2009)


Uma parede por cair
Chão para restaurar
Uma porta que deixa de existir
E pinturas até fartar

Um canto para ler
Um quarto para jardinar
Uma superfície pro que apetecer
E um piano para completar

No branco das paredes
Cores hão-de nascer
Já se vislumbra o entusiasmo a crescer

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