Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Despertar...

Quando me inscrevi nas aulas de piano, estava, pensei eu, a comprar uns bons momento de lazer e de relaxamento. Pois enganei-me... redondamente! Não fiz mais do que acordar o monstro. O monstro adormecido já lá vão mais de 10 anos.

Comprei inquietude! Se, pelo menos, o meu piano chegasse de uma vez por todas... talvez me passasse esta compulsividade, esta enorme vontade de tocar, tocar, tocar... talvez eu não tivesse de tomar decisões que não quero e das quais me posso vir a arrepender.... talvez pudesse constatar que é possível conjugar as sobras de uma fase da vida que termina com os sonhos da que dá os primeiros passos.


Apetece-me só ser... Terei coragem?!

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