Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Trilos a 120

Estou a estudar uma sonata de Mozart. Sim, ainda a mesma. Aquilo rende... E agora há que encaixar com os trilos. Malditos trilos! Ora não entra a tempo, ora sai a esquerda do tempo, ora falha a entrada das notas. Malditos trilos!! Páro, recomeço, páro, tento de novo, mais devagar, agora mais depressa. Ahhhhhhhh.

E nisto, a sensação foi-me familiar. Fez-me lembrar quando aprendi a andar de ski! Cai, levanta, tropeça e dá com o ski na canela e cai. Perde o ski. Escorrega e cai. Levanta e cai e levanta.

Não está ser muito diferente dessa dança de trambolhões (com excepção dos hematomas, vá!). E a boa noticia é que, ao fim de uma tarde de treinos, eu consegui fazer a minha primeira pista.

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