Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Obrigada!

Tinha acabado de jantar e fui desafiada pela mãe com um biscoito. Olhei para o dito, seco e inerte, com algum desprezo, confesso. Não me estava a apetecer bicoitos depois de jantar; ainda se fosse ao lanche, com o chá... Mas não podia recusar a gentileza. Lá meti o biscoito à boca e dei-lhe uma trincadela. Pois não é que as entranhas do sacana eram de um chocolate derretido maravilhoso!!! Ninguém diria!!! Degustei aquele chocolate surpresa, juntamente com o biscoito ligeiramente salgado e, por uns segundos, o tempo parou. Apercebi-me então, do sorrisinho malandro da mãe que dizia "já valeu a pena o dinheiro que paguei por eles"! Ciente do aspecto enganador do biscoito e da sua real natureza, quis apenas deleitar-se com a minha reacção. Chamam-se fascínios de chocolate (terá sido, por ventura, a curiosidade de saber onde raio estaría o chocolate que a levou a comprá-los!) e foi uma surpresa do melhor que há!

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca te tinha ouvido falar tão apaixonadamente de um biscoito. Fascínios de chocolate... porque não.