Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Coincidências encantadoras

O papel estava na porta do frigorífico! Acrescentámos mais duas ou três ideias e voltou para o sítio onde esteve dois anos, talvez menos um bocadinho. Desta vez, com um toque de olhar, comprometemo-nos a criar as condições para as pôr em prática.

O engraçado é que recordei o projecto, assim de repente... E a ideia entusiasmou-me. O engraçado é que nos encontrámos, por coincidência, depois de um ano sem contacto! O engraçado é que eu nem me lembrava da existência do papel onde rascunhámos meia dúzia de pensamentos. O surpreendente é que ela guardou o papel e o pendurou na porta do frigorífico, onde ficou dois anos à minha espera!

A sintonia com que nos deparámos, naquele momento, foi deliciosa! E foi como se ela sempre soubesse que este momento acabaria por chegar.

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