Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas...
(Bernardo Soares, Livro do desassossego)


Cheiro a memórias desbotadas

Fui à vandoma. À chegada, um mar de gente. Vende-se de tudo... Chaves sem fechadura, televisões possivelmente avariadas, bonecos esfarrapados, giradiscos, telefones do tempo do bisavô, máquinas fotográficas do tempo do daguerre, pechisbeques e muitas coisas que entrariam na categoria dos inclassificáveis. Uma gigantesca montra de matéria prima para artistas!

E eis que no meio de verdadeiras relíquias, cheiro a velho, pó e regateios surge o mítico som dos anos 80. Lembrei-me imediatamente dos pitufos e daquele pátio nas traseiras onde levávamos os baloiços ao limite, fazíamos clubes manhosos e onde fizemos a festa da lambada!! No tempo em que ser criança era uma aventura!

Looking over some ideas

(Foto retirada da net)


Soa bem, não soa?

Rules...

Are rules making us less wiser? Why do we learn rules in the first place? People say it's important to learn rules so we can live in society and so we can learn how to break them. I can't say rules aren't important. We live in a very complex society, with very complex relations. But I can't help questioning myself who's making the rules and what purpose do they serve? And it's also difficult not questioning the reason why people follow the rules like there's nothing else in the world, believing in the values under them like absolut truth. So who's teaching us how to break these rules, when to break them and under what circumstances? Do we have to learn it by ourselves, with our own experiences? How do we do that?

I leave you with the words of Barry Schwartz.


O nome da rosa...

(IM, 2009)

... Carolina!

Obrigada!

Tinha acabado de jantar e fui desafiada pela mãe com um biscoito. Olhei para o dito, seco e inerte, com algum desprezo, confesso. Não me estava a apetecer bicoitos depois de jantar; ainda se fosse ao lanche, com o chá... Mas não podia recusar a gentileza. Lá meti o biscoito à boca e dei-lhe uma trincadela. Pois não é que as entranhas do sacana eram de um chocolate derretido maravilhoso!!! Ninguém diria!!! Degustei aquele chocolate surpresa, juntamente com o biscoito ligeiramente salgado e, por uns segundos, o tempo parou. Apercebi-me então, do sorrisinho malandro da mãe que dizia "já valeu a pena o dinheiro que paguei por eles"! Ciente do aspecto enganador do biscoito e da sua real natureza, quis apenas deleitar-se com a minha reacção. Chamam-se fascínios de chocolate (terá sido, por ventura, a curiosidade de saber onde raio estaría o chocolate que a levou a comprá-los!) e foi uma surpresa do melhor que há!

Coisas que ficam


(Querido diário, Ana Sofia Gonçalves)

Caixinhas de sonhos em exposição numa galeria no Porto

Contributos II

A estatística diz tudo o que quisermos... só depende do grau de tortura a que somos capazes de a submeter!

(Henrique Barros)

Momentos singelos



Livros, muitos livros...
Jogos de luz, de imagens, de sons e de silêncios...
Frutos do bosque... trilobites de canela...
Palavras, sorrisos, olhares...
Dedilhados arrepiantes e uma cumplicidade aquosa!

Procura-se

Alguém suficientemente enraivecido para deitar uma parede abaixo!

Tomamos um martini?

Penso, logo...

Há quem pense, logo exista... Outros há que pensam, logo exaustos! Também há os que pensam, logo dizem; para não falar do penso, logo adesivo que se aplica a uma pequena minoria. Consigo rever-me em todos eles, mas, estes dias, ando mais numa de penso, logo higiénico!